sexta-feira, 13 de junho de 2008

Dia dos namorados sem namorada...


Não que tenha sido a primeira vez que passei em "branco" por um dia dos namorados, sem alguém para comemorar e presentear, sair num jantar mais gostoso e aconchegante, emendar em algum lugar para ficarmos juntinhos... isto já ocorreu sim.
Desta vez foi um pouco diferente apenas, saí do trabalho e fui ao shopping center pegar umas roupas que estavam lavando e começar a ver de colchão, móveis, fogão e afins para meu novo lar. Demora um pouco para me instalar ainda, mas já fui fazer uma pesquisa de campo sobre possibilidades e preços.
Como se era de esperar estava prá lá de abarrotado, com gente saindo pelo ladrão... casais fazendo compras juntos do presente ou simplesmente passeando pelo shopping (que programa romântico para o dia), muita gente solta também (só não sei se a espera ou se a espera do(a) amado(a).
Mas olhando para tudo, e sem pensar com o por que será que não estou comemorando também, afinal eu sei o motivo, sei as razões principais e secundárias, e muitas delas ocorreram devido a minha vontade e decisão. A principal delas é a de vir morar, trabalhar e viver em Beagá a 20 dias, cidade onde conhecia 2 pessoas e que sabia que levaria tempo para me localizar e iniciar a viver. Criar amizades e vínculos...
Mas também existe o fato do amadurecimento de relacionamentos, ou melhor, do que quero frente a uma relação e do que não quero principalmente. E esta semana serviu para filosofar muito sobre estes fatos, principalmente por uma conversa com uma amiga psicóloga e por um contato inusitado que tive de uma jornalista. Deste contato surgiu uma entrevista rápida e saiu uma matéria no site G1 sobre relacionamentos originados no mundo virtual, matéria de uma idéia antiga que tive de escrever um livro bem humorado contando minhas aventuras pelo mundo virtual e real dos relacionamentos, coisa que faço a mais de 10 anos com ótimas experiências, boas lições, várias decepções e alguns grandes arrependimentos. Amizades, namoros, rolos e só bate-papos que tive ao longo destes anos que muito trouxeram e ensinaram para mim como também espero ter feito para outros. Talvez um dia este livro saia do papel.
Já o papo com a minha amiga serviu para transformar em palavras algo que já tinha percebido em mim, entendido os motivadores dos processos pelos quais passei, o que buscava em troca do que proporcionava as pessoas, e principalmente em virtude de vibrar desta forma o por que do perfil de contatos e amizades que acabei fazendo no período.
Muitas vezes temos contatos e nos relacionamos com pessoas buscando ter alguém conosco, até não se importando com o custo (tempo, pessoal, espiritual, emocional, etc..) que nos implicaria agir desta forma. Neste ensejo doamos energia das mais variadas formas esperando, mesmo que não sendo o objetivo, tem uma doação em retribuição de outras coisas para suprir as nossas necessidades declaradas ou não, conhecidas ou não. A grande questão que relações baseadas nesta forma de troca são fadadas a virarem pó quando uma das partes solucionou a demanda própria ou então, mesmo não tendo sido encerradas, viram que seria necessário se despender e não apenas receber também.
E por causa disto muitas situações e tentativas acabaram sendo ocorridas sem se sair do lugar ou apenas dando o pontapé inicial e nunca mais sendo tocada a bola. E no meio deste processo ocorria em paralelo a abertura do Russo para quem estivesse do lado, abertura esta mais motivada pela necessidade de ter e ganhar a confiança e reciprocidade. Depois de um tempo, isto não se torna mais incomodo ou difícil, se abrir, falar dos problemas e dificuldades a qualquer pessoa. Mas hoje vejo que era uma doação pessoa exagerada...
Muitas vezes, apesar de parecer mais fechado, menos transparente e introspectivo, no final teremos um resultado muito melhor do que queremos e quem somos. Como também só daremos oportunidades de encontrarmos e descobrirmos o que nos fará bem pelo caminho normal. Normal em conhecer primeiro para depois se aventurar, em sentir que é o caminho e não ir seguindo ele pronto para voltar ao começo assim que parecer ser errado.
Neste meio, e o motivo do início da conversa com minha amiga, foi o fato dela dizer que eu mudei de uns tempos para cá, estava menos aberto, não falava mais de meus problemas, das dificuldades que estava passando, das desilusões que tinha sofrido. E devagar esta linha de raciocínio que já era inerente e ativa se transformou em mais uma "filosofada" minha comigo mesmo.
Mais uma vez a mudança se torna uma mola da própria mudança, de experimentar o novo em busca do melhor e do que realmente me fará bem de hoje em diante. Na realidade é saber que estar sozinho não significa não ter ninguém ou não servir a ninguém e sim que se gosta muito e, se for para ocorrer uma entrega, que ela valha a pena.
Mas voltando ao shopping, quando cheguei a praça de alimentação para jantar, aquilo mais parecia cantina de colégio na hora do intervalo... de tanta gente falando junta, o músico tentando agradar e tocar para todos e filas intermináveis nos fast-food, afinal programa romântico no dia dos namorados é ficar agarradinho abraçado na fila do McDonalds para comer um McLanche Feliz a dois. Não estou fazendo uma crítica a quem só poderia curtir isto, e sim a falta de criatividade e de originalidade. Mas gosto é gosto, não se discute, se lamenta....
A todos os que comemoraram o dia dos namorados, felicidades, aos que não, mais ainda pois ainda terão de achar a pessoa certa.



2 comentários:

  1. Olha, estamos agora em 2009, sei que com sua criatividade e jogo de cintura, contornou todo o seu período de adaptação e hoje não deve mais estar sozinho. Gostaria de dizer que , apesar de ser de Belo Horizonte, sinto exatamente como vc se sentiu um ano atrás... sozinha e perdida na minha própria cidade. Gostaria de conhecer amigos e saber mais sobre como vc deu a volta por cima... Se puder, me escreva. Se não puder, pelo menos conte no seu blog, porque neste momento é o que mais me inspirou em partir para outra! Grande abraço

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Bem.. comentários sempre são bem vindos.. mas monitorados e moderados.. então não adianta fazer gracinhas.