sexta-feira, 27 de junho de 2008

Retornar ao lar...


É engraçado como pequenas coisas se tornam grandes quando nào temos mais acesso a elas. E neste ritmo as grandes ficam enormes e indomodam demais...
A 1 mês vim com o começo de minha mudança de Sampa para Beagá, no carro basicamente roupas, documentos e alguns poucos objetos pessoais...
No peito uma dor enorme, uma vontade de gritar e muitas lágrimas, lágrimas de alguém que sabe que esta dando o melhor passo no momento para a vida, que tem a certeza que os irresolvíveis, com o afastamento físico e não apenas pessoal irão tomar seu rumo e forma. Mesmo assim deixar todos que amamos para trás, onde num momento de necessidade não poderei recorrer a eles ou eles a mim, num momento de carência não poderei chamar amigos de décadas (irmãos de fato e não de sangue) para tomar um chopp e falar da vida pessoal e o que atrapalha o sono, ou então ir comer um rango da mama e passar um grande período com eles.
Agora as visitas são mais esparças, e o tempo tem de ser mais bem aproveitado. Conciliar visita aos pais, ver a filhota, rever os amigos eventulmente comprar coisas ou comer coisas que só em Sampa tem num fds é dificil.
Mas mesmo assim na hora de ir embora pesa, uma dor que não tem a razão de continuar atormentando mas esta lá presente.
A única boa coisa é, no próximo mês terei o prazer da companhia de todos novamente.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Dia dos namorados sem namorada...


Não que tenha sido a primeira vez que passei em "branco" por um dia dos namorados, sem alguém para comemorar e presentear, sair num jantar mais gostoso e aconchegante, emendar em algum lugar para ficarmos juntinhos... isto já ocorreu sim.
Desta vez foi um pouco diferente apenas, saí do trabalho e fui ao shopping center pegar umas roupas que estavam lavando e começar a ver de colchão, móveis, fogão e afins para meu novo lar. Demora um pouco para me instalar ainda, mas já fui fazer uma pesquisa de campo sobre possibilidades e preços.
Como se era de esperar estava prá lá de abarrotado, com gente saindo pelo ladrão... casais fazendo compras juntos do presente ou simplesmente passeando pelo shopping (que programa romântico para o dia), muita gente solta também (só não sei se a espera ou se a espera do(a) amado(a).
Mas olhando para tudo, e sem pensar com o por que será que não estou comemorando também, afinal eu sei o motivo, sei as razões principais e secundárias, e muitas delas ocorreram devido a minha vontade e decisão. A principal delas é a de vir morar, trabalhar e viver em Beagá a 20 dias, cidade onde conhecia 2 pessoas e que sabia que levaria tempo para me localizar e iniciar a viver. Criar amizades e vínculos...
Mas também existe o fato do amadurecimento de relacionamentos, ou melhor, do que quero frente a uma relação e do que não quero principalmente. E esta semana serviu para filosofar muito sobre estes fatos, principalmente por uma conversa com uma amiga psicóloga e por um contato inusitado que tive de uma jornalista. Deste contato surgiu uma entrevista rápida e saiu uma matéria no site G1 sobre relacionamentos originados no mundo virtual, matéria de uma idéia antiga que tive de escrever um livro bem humorado contando minhas aventuras pelo mundo virtual e real dos relacionamentos, coisa que faço a mais de 10 anos com ótimas experiências, boas lições, várias decepções e alguns grandes arrependimentos. Amizades, namoros, rolos e só bate-papos que tive ao longo destes anos que muito trouxeram e ensinaram para mim como também espero ter feito para outros. Talvez um dia este livro saia do papel.
Já o papo com a minha amiga serviu para transformar em palavras algo que já tinha percebido em mim, entendido os motivadores dos processos pelos quais passei, o que buscava em troca do que proporcionava as pessoas, e principalmente em virtude de vibrar desta forma o por que do perfil de contatos e amizades que acabei fazendo no período.
Muitas vezes temos contatos e nos relacionamos com pessoas buscando ter alguém conosco, até não se importando com o custo (tempo, pessoal, espiritual, emocional, etc..) que nos implicaria agir desta forma. Neste ensejo doamos energia das mais variadas formas esperando, mesmo que não sendo o objetivo, tem uma doação em retribuição de outras coisas para suprir as nossas necessidades declaradas ou não, conhecidas ou não. A grande questão que relações baseadas nesta forma de troca são fadadas a virarem pó quando uma das partes solucionou a demanda própria ou então, mesmo não tendo sido encerradas, viram que seria necessário se despender e não apenas receber também.
E por causa disto muitas situações e tentativas acabaram sendo ocorridas sem se sair do lugar ou apenas dando o pontapé inicial e nunca mais sendo tocada a bola. E no meio deste processo ocorria em paralelo a abertura do Russo para quem estivesse do lado, abertura esta mais motivada pela necessidade de ter e ganhar a confiança e reciprocidade. Depois de um tempo, isto não se torna mais incomodo ou difícil, se abrir, falar dos problemas e dificuldades a qualquer pessoa. Mas hoje vejo que era uma doação pessoa exagerada...
Muitas vezes, apesar de parecer mais fechado, menos transparente e introspectivo, no final teremos um resultado muito melhor do que queremos e quem somos. Como também só daremos oportunidades de encontrarmos e descobrirmos o que nos fará bem pelo caminho normal. Normal em conhecer primeiro para depois se aventurar, em sentir que é o caminho e não ir seguindo ele pronto para voltar ao começo assim que parecer ser errado.
Neste meio, e o motivo do início da conversa com minha amiga, foi o fato dela dizer que eu mudei de uns tempos para cá, estava menos aberto, não falava mais de meus problemas, das dificuldades que estava passando, das desilusões que tinha sofrido. E devagar esta linha de raciocínio que já era inerente e ativa se transformou em mais uma "filosofada" minha comigo mesmo.
Mais uma vez a mudança se torna uma mola da própria mudança, de experimentar o novo em busca do melhor e do que realmente me fará bem de hoje em diante. Na realidade é saber que estar sozinho não significa não ter ninguém ou não servir a ninguém e sim que se gosta muito e, se for para ocorrer uma entrega, que ela valha a pena.
Mas voltando ao shopping, quando cheguei a praça de alimentação para jantar, aquilo mais parecia cantina de colégio na hora do intervalo... de tanta gente falando junta, o músico tentando agradar e tocar para todos e filas intermináveis nos fast-food, afinal programa romântico no dia dos namorados é ficar agarradinho abraçado na fila do McDonalds para comer um McLanche Feliz a dois. Não estou fazendo uma crítica a quem só poderia curtir isto, e sim a falta de criatividade e de originalidade. Mas gosto é gosto, não se discute, se lamenta....
A todos os que comemoraram o dia dos namorados, felicidades, aos que não, mais ainda pois ainda terão de achar a pessoa certa.



segunda-feira, 9 de junho de 2008

Tem coisas que só um 4x4 pode fazer por você - II Dia Nacional De Preservação de Trilhas














Um fim de semana mais do que ecológico no meio da natureza. Esta última semana foi a Semana do Meio Ambiente e em virtude dela e de viverem em contato direto com ela aos finais de semana, os grupos de jeepeiros pelo país se organizaram para realizar atividades visando a preservação do meio ambiente, conservação das matas e trilhas e limpeza das mesmas.

A principal meta além de buscar a manutenção a preservação do espaço frequentado é de buscar concientizar os grupos que utilizam as áreas de preservação (moradores, jeepeiros, motoqueiros, campistas, turistas e eco-curiosos em geral. Em Belo Horizonte, os principais grupos de jeepeiros se uniram para realizar uma atividade conjunta e mais abrangente contando também com coação de cobertores e colocação de placas na entrada das principais trilhas da cidade relembrando aos visitantes da necessidade de se preservar o que existe lá.

O ponto de encontro foi no Bar Patorroco onde as doações foram coletadas e os grupos que iriam fixar as placas divididos, houve participação não apenas de jeepeiros mas de empresas da região que patrocinaram a confecção das camisetas, adesivos e placas do dia além do churrasco de confraternização que entrou noite a dentro após a fixação das mesmas. Parabéns aos organizadores pelo evento todo e a participação dos jeepeiros pois numa conta rápida haviam mais de 50 carros no evento, além dos zequinhas e familiares.

Neste dia meu destino foi Corcovas onde fixamos as placas nas 2 entradas da tribo além de colocar uma terceira na entrada da Lair. Óbvio que para colocarmos nas 2 entradas na Corcovas fomos obrigados a percorrê-la por inteiro...


Aproveitando este ensejo e partindo da filosofia que em alguns lugares só um 4x4 te leva, domingo o Troller Clube MG (divisão "favela" conforme alguns comentaram), se dirigiu para Raposos fazer um bucólico "passeio" até a cachoeira de Santo Antônio (acho que era este o nome certo), novamente um programa de contato direto com a natureza e com o meio ambiente. A primeira parte do caminho foi bem tranquila, com direito as umas brincadeiras rápidas num formato "Entra e Sai" do Embú em Sampa.

Mas no final, para chegar a cachoeira a brincadeira era mais séria e os degraus de pedra bem mais desafiadores... mas como todo passeio em grupo, o companheirismo e o trabalho de equipe nos levou a um canto escondido em Minas que vale a pena ser visto por todos. No meio de uma garganta no fundo de um vale, temos um rio de águas límpidas, geladas e um lago natural ótimo para curtir o dia e a natureza. Claro que levou pelo menos 2 horas para chegar até ela e mais 2 para sair dela com 6 carros.


Mas o registro valeu e as emoções do caminho também. O final do final do dia foi uma agradável descoberta do Aspenrose, um restaurante de comida típica alemã perdido no meio das estradas de terra da região.

Além disto valeu duas grandes adições a estes primeiros 15 dias de ser um paulista perdido em Beagá.

A primeira aos amigos jeepeiros da cidade e região pela acolhida e aceitação de mais um companheiros nas trilhas (Galopeira, Corcovas, Cachoeira de Sto Antônio), botecos (Toca do Porco, Patorroco, encontro no mineirão), passeios e demais atividades, vir para uma cidade sem contato nenhum é um grande desafio para qualquer um, e através de algo bão dimais como fazer trilhas esta sendo gratificante ver que não estou tão perdido assim.

A segunda, como já tinha feito no Patorroco no sábado a noite, me desculpem os atleticanos, mas 5x1 foi bão dimais também, saí no sábado sabendo que ou iria me divertir muito ou seria alvo de muita zoeira ao final do dia... ainda bem que o Tricolor resolveu começar a mostrar o que realmente sabe.

As fotos todas em breve estarão no meu site www.andrerusso.com.br (hoje ainda no flickr, link no site). Um grande abraço a todos.

Russo
andrebmoreira@gmail.com
Cel.: 11 8146-6926




segunda-feira, 2 de junho de 2008

Diário de Bordo Mineiro - 1 de junho de 2008


Meu querido diário.... ahhh vamos deixar de lado esta viadisse toda... e ir ao que interessa....

Fazem 15 dias que aportei em terras mineiras, começando uma nova fase total em minha vida... pessoal, profissional, afetiva e de relacionamentos...

Ok, a profissional e pessoal é verdade, a afetiva tá longe de querer acontecer algo... ainda tem muito tempo para eu ter tempo e condições de pensar nisto... e de relacionamentos é algo interessante de olhar de fora mesmo estando dentro.

No aspecto profissional, devagar vai se tomando ritmo e forma as atividades que estou desenvolvendo aqui, como toda mudança de emprego encontramos novas culturas, novas estruturas, nova cadeia de poder (ou cadeias melhor dizendo), pessoas buscando lhe ajudar, pessoas não sabendo como ajudar e outras preocupadas o que ocorrerá se ajudar. Apesar disto, numa avaliação prévia, tenho a certeza que aprenderei muito e me desenvolverei muito aqui. A experiência passada em consultoria trouxe a percepção de que me adapto melhor e desenvolvo melhor dentro de uma estrutura formal de negócios, onde papéis e objetivos comuns são divididos e metas estabelecidas e perseguidas. A política do vamos nadar todos na mesma direção que chegaremos juntos em algum lugar dependendo da correnteza, maré, fase da lua, tempo, sexo dos anjos e ciclo reprodutivo dos coalas na China não é comigo. Mas, como tudo na vida, na realidade foi uma experiência que aprendi muito e me desenvolvi muito, não estaria hoje aqui se não tivesse passado meu período vivendo a vida de consultor, seja pelo aprendizado de um novo campo (relações com investidores), seja pelo network que esta função me trouxe.

Ainda falando de trabalho, agora é momento de entender onde me encaixo, por ser alguém totalmente de fora "importado" di Sum Paulo, é ir muito devagar abrindo espaço, ganhando confiança e apoio dos novos colegas e chefia. Mas como falam, mineirim é discunfiado dimais, então é hora de mais calma com o andor que a procissão é lenta.

Do lado pessoal, pela segunda vez na minha vida estou no marco "zero" de relacionamentos. A primeira vez foi quando estive fora por 3 meses estudando, outro país outra cultura, outra língua, etc... mas tinha uma vantagem, prazo determinado para ocorrer, passado os 3 meses era fechar a malinha e voltar para meu mundo conhecido, seguro e querido.

Desta vez o cenário é outro, não há prazo para acabar ou momento em que irei retornar. O objetivo aqui é outro, encontrar e criar um círculo de contatos e amizades totalmente novo e para ser mais duradouro. Sair do zero é complicado, não saber por onde começar nem como... e o começar é completo, não é mais agregar algo ou alguém novo ao universo já conhecido e ambientado e sim se inserir ou criar um novo universo.

Este processo deve ser muito difícil para pessoas mais fechadas e introvertidas, ainda bem que mamãe sempre rezou para eu ser saudável (acho que atualmente ando até demais) e independente, mas como ela mesma fala, só esqueceu de falar quando pois a "independência" veio muito cedo aos 3-4 anos.

Agora falando sério, possuir hobbies, esportes, atividades que curte e se dedica ajuda em muito este processo. Neste processo de me inserir em um meio, gostar de fazer trilhas de jeep esta sendo uma porta inicial, já fiz trilhas pela região e ainda começando por uma das mais casca grossa, já participei como Ponto de Checagem (PC) na última etapa da Copa Minas de Off-Road de Regularidade, e com isto vou conhecendo pessoas e abrindo a rede de contatos. O mesmo deve ocorrer quando me estabelecer em moradia com a fotografia, e quando puder trazer meu bogu (armadura) com o kenjutsu que vou adorar retomar os treinos a muito abandonados.

Falando em estabelecer moradia, este é um passo complicado aqui em Beagá. Pouquíssimos imóveis para alugar, a maioria precisando de muita reforma e com valores bem salgados. Para dar uma dimensão, o caderno de imóveis do jornal tem 40-50 páginas, no máximo 4 são de aluguel, a grande maioria é de venda. Estou com um apto já reservado para alugar, só que orcei as reformas que precisa e passei ontem para a imobiliária repassar ao proprietário, vamos aguardar a resposta dele frente a tudo (lixar e envernizar o piso de madeira, refazer a pintura dos armários e portas, etc).

Na realidade o que mais faz falta no todo é a companhia e os papos com as pessoas que amo e gostaria de poder ter sempre a mão, meus pais e avó, meus grandes amigos de décadas juntos, minha filha. Mas este é o grande preço a se pagar pela evolução que a vinda a Beagá trará, oportunidade esta pontual que abracei e vou transformar em realidade pura e duradoura.

Um grande abraço.

Russo